Coletivo

BANCA DO CORDEL NO CENTRO DRAGÃO DO MAR

Área de Atuação

Literatura

Funções

Descrição curta

A BANCA DO CORDEL NO CENTRO DRAGÃO DOMAR foi criada no ano de 2000 e permaneceu como um dos principais meios de divulgação da nossa Literatura de Cordel por duas décadas, tendo suas atividades interrompidas somente pela pandemia de covid-19.

E-mail: dulcimararaujovieira@gmail.com

Telefone Público: (85) 99928-3413

Descrição

Histórico da Banca de Cordel
no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Em junho e julho de 2000 fomos convidados pelo CEART para expor nossa produção de Literatura de Cordel durante os festejos juninos e o mês de férias do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura durante a gestão do Sr. Pádua Araújo.

Naquela época, depois de duas décadas de crise, estávamos vivenciando uma retomada desse gênero literário, e muitos leitores tradicionais, artistas, professores, turistas, profissionais nas mais diversas áreas e frequentadores do centro cultural ficaram encantados em reencontrar parte dos folhetos que conheciam e novos autores despontando como a promessa de manter viva essa tradição.

Naquela época o romance de cordel (histórias de ficção, mais extensas, com personagens bem estruturados, com começo, meio e fim) considerado quase extinto, voltava à tona com novos autores. Klévisson Viana, Arievaldo Viana, Pedro Paulo Paulino, Rouxinol do Rinaré, e José Mapurunga foram os responsáveis por essa retomada em nosso Estado. Paralelamente, o Centro dos Cordelistas do Nordeste publicava folhetos de notícia e de fatos marcantes do cotidiano brasileiro e mundial. Porém, ao contrário dos romances atemporais, eram obras com temáticas mais efêmeras que raramente eram reeditadas.

Depois de findado esse período de junho e julho, a direção do Centro Cultural, da qual faziam parte a Dra. Eliza Gunther, nos emprestou um pranchão e nos permitiu ficar expondo nossas obras num cantinho entre o Palco Rogaciano Leite Filho e a loja do CEART. Em pouco tempo a banca de cordel do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura tornou-se ponto de encontro de artistas, escritores, pesquisadores, estudantes, turistas e leitores tradicionais da Literatura de Cordel.

Naquele ano, recebemos a jornalista e pesquisadora francesa Sylvie Debs, professora de cinema e literatura da Universidade de Estrasburgo (França) que veio para o Brasil pesquisar cordel e cinema e nos foi apresentada pelo cineasta cearense Rosemberg Cariry.

Sylvie Debs escreveu um volumoso ensaio sobre as nossas atividades, que foi publicado pela Université Paul valéry (França) bem como uma entrevista com o poeta e editor Klévisson Viana para revista Latitudes Cahiers Lusophones, nº 12 setembro de 2001.

Findada a gestão do Sr. Pádua Araújo, a Sra. Cristiane Parente assumiu a administração do Centro e convidou os cordelistas para uma reunião, mantendo o espaço e nos dispensando total apoio por parte da instituição.

Já por essa época, alunos do professor Gilmar de Carvalho, do curso de jornalismo da UFC recorreriam à banca para fazerem suas pesquisas, bem como os alunos do professor Roberto Pontes, da professora Elizabeth Dias Martins e Martine Kunz também, todos da Universidade Federal do Ceará.
Alunos dos professores Raimundo Oswald Cavalcante Barroso, Cleudene Aragão e Batista de Lima da UECE também recorriam à banca de folhetos do Dragão sempre que careciam de material de pesquisa.

O grande pesquisador e folclorista Ribamar Lopes (organizador da antologia mais completa já publicada até hoje), também tornou-se frequentador da banca do cordel. Onde os jornalistas Assis Ângelo, Audálio Dantas, José Neumanne Pinto, José Hamilton Ribeiro em visita a Fortaleza não deixaram de prestigiar o espaço da poesia popular. José Neumanne Pinto e Ribamar Lopes escreveram os volumes da Biblioteca do Cordel da editora Hedra de São Paulo sobre os poetas Klévisson Viana e Rouxinol do Rinaré respectivamente.

Grandes artistas nacionais como Antônio Nóbrega, Eduardo Dussek, Regina Duarte, Gero Camilo, Marco Haurélio, Geraldo Amâncio, Chico Pedrosa, Mestre Azulão, Mestre Bule-Bule, Costa Senna e Sergio Ricardo também estiveram em nosso espaço.

Em 2004, a convite das Professoras Ria Lemaire e Sylvie Josserand Colla do CRLA – Arquivos e Fonds Raymond Cantel, o poeta e editor Klévisson Viana foi a França, onde ministrou uma palestra falando sobre a Banca do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e uma série de recitais em várias cidades francesas.

Em 2005 recebemos a visita de um grupo de bibliotecárias da Universidade de Harvard (EUA), na qual foi adquirida uma vasta coleção das nossas obras para enriquecer mais ainda o grande acervo daquela renomada instituição.

A banca de literatura de cordel do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não só tem sido importante para divulgação e difusão da Literatura de Cordel, mas sobretudo contribui para o fortalecimento dessa cultura em nosso Estado, provocando o surgimento de novos poetas e amantes da cultura nordestina e da poesia popular. Cultura essa que fortalece sobremaneira a nossa identidade cultural.

Poetas como Paiva Neves, Evaristo Geraldo da Silva, Eduardo Serra Azul, Romário Braga, Sávio Pinheiro, Godofredo Solon e vários outros já são representantes da segunda leva de poetas cordelistas que despontaram no cordel em meados dos anos 2000 e que passaram a produzir, em boa parte motivados pelo sucesso de poetas como Klévisson Viana, Arievaldo Viana, Rouxinol do Rinaré que têm conquistado cada vez mais espaço publicando nas maiores editoras do País.
Também em 2005, durante a gestão da secretária de cultura Claudia Leitão fomos representando o Ceará na Feria Internacional Del Libro em el Zócalo de La Ciudad de México, onde retornamos em 2010 com convite para palestrar e expor nosso material.
Durante a gestão do governador Lúcio Alcântara, o jornalista Ivan Maurício, seu assessor, batalhou bastante para criar um espaço definitivo para a banca do cordel, o Estado chegou mesmo a contatar um arquiteto para elaboração do referido espaço. Porém Dr. Lúcio não foi reeleito e o projeto não foi concretizado.
Em 2007 recebemos a visita da professora Candace Slater, diretora do programa Luso-Brasileiro do Departamento de Espanhol e Português da Universidade da Califórnia (EUA), que veio para conhecer a nossa banca, da qual lhe havia falado o também, professor norte americano Mark Curran, também veterano da pesquisa sobre a nossa Literatura de Cordel.

Realizamos, paralelamente, aos longo desses 12 anos muitos eventos paralelos, como as “Quintas com verso e viola” no Palco Rogaciano Leite, “A noite dos cordéis encantados” e diversos lançamentos, com destaque para “Série Heróis e Mitos Brasileiros”, “Coleção Biblioteca do Cordel”, “A moça que namorou com o bode”, “De quadrinho a quadrão” dentre outros.

Na gestão da Senhora Maninha Morais, recebemos total apoio e fomos colocados no espaço entre os cinemas e a estátua do Patativa do Assaré. A pedido da Senhora Maninha elaboramos e lançamos um folheto contando a trajetória do Dragão do Mar durante a inauguração da estátua do grande abolicionista.
Importantes instituições como a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, a Fundação Casa de Ruy Barbosa, Fundação Biblioteca Nacional sabem da importância desse espaço. Fundação Joaquim Nabuco (PE), Fundação José Augusto (RN) e Fundação José Américo (PB), bem como os quatro centros culturais do Banco do Nordeste do Brasil (Fortaleza e Juazeiro - CE, Sousa – PB e Teresina – PI) adquiriram o material da gente para enriquecer seus acervos.

Em 2011 organizamos, também, a I FEIRA BRASILEIRA DO CORDEL, evento que teve repercussão nacional e internacional, tanto nas redes sociais como na imprensa escrita, falada e televisionada. Com apoio do Ministério da Cultura e do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, criamos o mais importante evento do gênero, já realizado em nosso Estado.

A banca foi cuidada nos 10 primeiros anos por Dulcimar Araújo Vieira e Klévisson Viana e nos 3 últimos anos pelo poeta Paiva Neves e Fátima Ferreira. O poeta Paiva Neves recebeu, agora em 2013, o Sr. Antônio de Abreu Freire, professor da Universidade de Lisboa, membro do Centro de Literaturas eculturas Lusòfonas e Européias da referida Universidade desejoso que era, de travar contato com os nossos poetas. Freire ficou encantado com a quantidade e a qualidade da nossa literatura.

Somos gratos ao Centro Dragão do Mar e todos os seus gestores, na figura do Sr. Paulo Linhares, atual presidente da instituição. Agora, mais do que nunca, é hora de fortalecer essa ideia da banca de folhetos, pois já é um espaço tradicional da cultura cearense.

Galeria

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Publicado por

Dulcimar Araújo Vieira

Sou Dulcimar Araújo Vieira (Dulce Vieira ou Dulce Folheteira) sou, atualmente, a principal folheteira em atividade no Estado do Ceará, mantenho a banca de folhetos de Literatura de Cordel no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura desde o ano de 2000 e tenho participado de inúmeras feira e bienais ao longo de quase 20 anos de atividade.

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