Mapa Cultural do Ceará - Marcos Lessa - Mapa Cultural do Ceará

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Marcos Lessa

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Endereço: Rua Doutor Gilberto Studart 1497, Cocó, Fortaleza, CE, BR

Estado: CE

Município:

CEP: 60192-095

Logradouro: Rua Doutor Gilberto Studart

Número: 1497

Complemento: AP 1203

Bairro: Cocó

Descrição

(2007 a 2016): A construção de sua carreira

Natural de Fortaleza, no Ceará, descobriu-se cantor profissional aos 17 anos. Era 28 de novembro de 2007 quando fazia o primeiro show, no lançamento do primeiro disco: "Olhares da vida". Acompanhado da amiga e também cantora Clarissa Araripe, foi capaz de lotar um teatro, ainda que o nome fosse pouco, ou quase nada, conhecido no cenário musical.

A voz grave e suave do carismático Marquinhos acrescentada do apreço pela boa música o transformou em Marcos Lessa, sobrenome que a arte já conhecera décadas atrás. O pai, músico erudito, educava os ouvidos do filho com um violoncelo que não era só decoração no canto da casa. A mãe, amante da MPB, mal sabia que o dom para escrever livros infantis e poesias inspiraria o então garoto a aplicar talento semelhante em notas harmônicas.
Elis Regina Carvalho Costa, imortalizada pelos dois primeiros nomes, foi a gota d'água para despertar a vontade de cantar no cearense. À época, ele tinha apenas 13 anos. Ouviu o clássico "Águas de Março" na voz da "Pimentinha" e descobriu, através dela, Tom Jobim. E por aí também vieram ao ouvido de Marquinhos Gilberto Gil, João Bosco...

Mas a carreira não deslancharia a partir daquele show de 2007. Era época de vestibular. Os estudos não haveriam de ser interrompidos. Passou quase três anos afastado dos palcos, mas nem por isso longe das pesquisas sobre MPB. A essa altura, já acumulava dizeres de Nelson Mota, Clara Nunes, Ruy Castro, dentre muitas outras referências.

O ano de 2010 marcou o retorno à dedicação do canto. Em um dos festivais que frequentava, surpreendeu Manassés Souza, violinista, violeiro, guitarrista, compositor, arranjador... Marcos Lessa pedira para cantar com músicos que se apresentavam na Serra de Guaramiranga, e a habilidade chamou a atenção de Manassés, ao ponto de fazê-lo convidar o jovem cearense para participar da banda. Nome e sobrenome do novo cantor eram apresentados em determinados momentos dos shows de Manassés. E Marcos Lessa soltava seu vozeirão para entoar obras de compositores conterrâneos.

Músicas de Fagner, Fausto Nilo, Petrúcio Maia, Belchior, Amelinha se misturam ao início da carreira de Marcos Lessa. Em pouco tempo, montou a própria banda. Tito Freitas e Eduardo Holanda, até hoje seu diretor musical, passaram a lhe acompanhar nas apresentações. Apresentações essas que ainda ganharam reforço de Cainã Cavalcante, Adriano Azevedo, Robertinho Marçal, Denilson Lopes e Miqueias dos Santos.

Vieram show importantes, com tributos à Clara Nunes, Wilson Simonal, festivais de cultura conhecidos, públicos um tanto quanto nada modestos. Marcos Lessa começava a conquistar o espaço que lhe estava reservado. O reconhecimento nacional chegou com o reality The Voice Brasil, em 2013, do qual foi semifinalista. Cantando músicas compostas dos anos 50 aos 80, caiu nas graças de críticos e no gosto do público.

Com o surgimento de oportunidades em várias regiões do país, Marcos Lessa ganhou estrutura, reconhecimento e até um empresário. A voz lhe levou a Nova York, encantou norte-americanos no Blue Note – uma das maiores casas de jazz do mundo. A boa repercussão lhe fez, inclusive, desembarcar na terra do Tio Sam no mês seguinte novamente.

No entanto, faltava algo. Um disco novo. Em 2014, lançou o "Entre o Mar e o Sertão", com canções já conhecidas do público e outras nem tanto, por enquanto. O nome do disco é o mesmo da música inédita que lhe foi concedida por Evaldo Gouveia e Paulo César Pinheiro. Melhor denominação, aliás, não haveria para representar onde está sua terra natal.

Marcos Lessa é mais um argumento para provar que nem só de forró vive o Ceará. Dois dias sem uma cadeira sobrando em um grande teatro da capital abriram uma turnê bem aceita por público e crítica. O país recebeu o cearense de braços e ouvidos abertos. E como uma cereja de um bolo festivo, 2015 trouxe uma homenagem a um dos maiores nomes da MPB.

O cearense foi ao estúdio novamente, com alegria e ânsia características da juventude, para homenagear os 70 anos de Gonzaguinha. O cantor estabeleceu contato com Daniel Gonzaga, filho do ídolo. Daniel, por sua vez, ao invés de cobrar os direitos autorais das gravações, não só se juntou a Marcos Lessa no projeto, como o dirigiu no Rio de Janeiro.

Amora e Fernanda, também filhas de Gonzaguinha, abrilhantaram ainda mais o disco que virou o show “Estradas”. Foi a apresentação recorde de bilheteria no Teatro RioMar, em Fortaleza, no Ceará. Acre, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul são outros estados pelos quais a turnê já passou.

Em nome da carreira, Marcos Lessa deixou o aconchego cearense para morar em terras cariocas. Nem por isso, entretanto, esqueceu as origens nordestinas. Foi atração principal no tradicional São João de Caruaru, em 2015 e 2016. A transformação de Marquinhos em Marcos Lessa também tem sentido contrário. Marcos Lessa volta a ser Marquinhos para também fazer as pessoas tirarem os pés do chão, dançarem, brincarem como um bom brasileiro.
Sem luzes de LED, dançarinos, efeitos pirotécnicos nem nada parecido, Marcos Lessa alcança a alma e o coração de quem o ouve: com uma simplicidade que cativa, uma sonoridade que toca o paladar e uma verdade que aguça todos os sentidos. Aos 25 anos e com mais de 60 músicas autorais, virou gigante para honrar a MPB como herança e ser a nova esperança da boa arte.

(2017 a 2018): SAL - 10 anos de carreira

Em 2017, Marcos Lessa lança "Sal", seu novo disco autoral, fazendo referência à passagem bíblica do livro de Mateus: “Vós sois o sal da terra”. Para o artista, o sal representa o amor, o que se tornou o grande tema de novo trabalho, lançado em CD e DVD. A curta temporada de apresentações estreou na Caixa Cultural, e depois circulou no Teatro Riomar Fortaleza e Teatro Dragão do Mar.
No repertório, que celebra seus 10 anos de carreira, há, majoritariamente, canções assinadas por Lessa, que mostram que o compositor e o cantor coexistem nele. Na verdade, quando a voz adolescente começou a se destacar, aos 17 anos, composições já eram escritas desde os 13. “Meu eu compositor existia antes do eu cantor”, conta, em entrevista ao O POVO Online. As letras pueris ganharam corpo com as vivências do músico, entretanto, muito da fase inocente inicial foi aproveitado para o desenvolvimento de “Sal”. A temática da natureza foi substituída por crônista de amor e cotidiano.

2019 - atualmente: Deslizando na Canção com Roberto Menescal, uma celebração à Bossa Nova

Uma das mais aplaudidas vozes da nova cena brasileira, o cantor e compositor Marcos Lessa lança seu mais esmerado e aguardado trabalho. Produzido por Roberto Menescal, "Deslizando na Canção" traz inéditas de Menescal e parceiros, canções de Evaldo Gouveia, Paulo César Pinheiro, Abel Silva, Fausto Nilo, Cazuza, João Donato e participações de Jorge Vercillo e Marcos Valle.

"Esse disco é mais uma iniciativa minha de seguir produzindo, mostrando que existe esse repertório maravilhoso, que nossos ídolos que criaram a bossa nova e tantas canções tão bonitas continuaram compondo, continuam presentes. E nós continuamos insistindo com muita esperança de mudar o rumo atual das coisas e fazer com que mais gente tenha acesso a essa música, possa se encantar com ela, como nós nos encantamos", define Marcos.

O disco está em distribuição para todo o País e disponível em todas as plataformas digitais. A estreia aconteceu no Cineteatro São Luiz, com a presença do próprio Roberto Menescal na banda, contando com casa cheia e aclamação da criítica e do público Para sorte do público, convidado a deslizar - e se deliciar - com essa tabelinha de craques, Menescal e Marcos Lessa, em um álbum feito para celebrar a continuidade - e as novas possibilidades - do gosto e do cuidado em harmonias, melodias, letras, arranjos. E em uma jovem voz que mais uma vez vai ganhar o Brasil.